Entendimento de receios, da visão do outro, de seus desejos e motivações, de como alcançar objetivos, de sua contribuição, de uma competência necessária, entre outros temas mais profundos compõem o rol do que chamamos de perguntas poderosas, ou seja, aquelas que são capazes de incomodar alguém ao ponto de o fazer pensar por si só sem esperar a confortável resposta pronta do seu gestor, desenvolvendo reflexão e possibilitando uma evolução de comportamento, de atitude. Porém, que fique claro: quem pergunta deve, tem que, precisa ouvir com atenção; e não uma escuta seletiva, proposital, mas sim uma escuta atenta e empática que está pronta para perceber o interlocutor orientando-o em sua evolução, em sua construção como um colaborador tanto quanto uma pessoa melhor. A saber: um estudo feio pelo Center for Creative Leadership destacou seis habilidades necessárias ao pensamento inovador – entendendo por inovador aquele que busca alternativas fora de sua zona de conforto para qualquer demando que ao cometa –, são elas:
1. Prestar atenção: eis a escuta ativa que está centrada em detalhes que, para uma pessoa desatenta, passam desapercebidos ou não se configuram como algo importante. Aqui reside a mudança de crivo do particular para o coletivo;
2 . Personalização: é a prática da empatia genuína, aquela que busca compreender em si mesmo as necessidades do outro para dimensionar o que se vive, o que se deseja, o que se busca sem julgamentos, apenas com uma vontade real de contribuir;
3 . Associação de imagens: estabelecer comparações, construir possibilidades, desenhar cenários junto do terceiro interlocutor é dar uma mostra de interesse e participação efetiva para que se possa chegar a um resultado excelente tanto para o indivíduo quanto para a organização, isto é feito de modo amplo e irrestrito até que se possa atingir um denominador comum que satisfaça a pessoa, a equipe, o gestor e os clientes;
4 . Atitudes sérias: o que se pergunta deve vir revestido da seriedade do querer saber para se construir progresso, edificar sucessos. Sem seriedade corre-se o risco de cair na mesmice corporativa, no retrabalho, no burn out por desmotivação, na fadiga por empenho excessivo sem devolutiva à altura. Aqui reside uma grande chance de validar o interlocutor e seus conflitos ou suas soluções para que possa ser o elaborador, o protagonista de uma história de sucesso;
5. Pesquisa colaborativa: caso a pergunta feita deixe quem ouve em uma saia justa em que a resposta fica difícil de ser elaborada por conta de conteúdo ou até mesmo da necessidade de se pensar para uma resposta mais trabalhada, quem pergunta pode oferecer livros, fontes de pesquisa, pessoas mentoras para colaborar no processo de prospecção interna de crescimento;
6. Perspicácia: perguntas bem elaboradas, críticas, abertas levam a uma elaboração mais detida da resposta que vem cercada de fatos, recheada de bons argumentos com uma intenção genuína de transformar um contexto de modo pontual e assertivo.
Boas perguntas estimulam o cérebro a buscar novos caminhos, fazer mais sinapses, ampliar sua elasticidade e, por fim, construir um conhecimento sólido e tangível que valoriza quem fala e agrega conteúdo a quem ouve. O trajeto pode ser desafiador, agora o resultado é a maturidade de uma pessoa. Aqui, ganhamos todos.
Comments