Luiza Helena Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, postou em sua página do Linkedin este texto (adpt.) que compartilho com vocês: “Experimente segurar um copo de água. Quanto pesa? Apenas 100 g ou 200 g, é leve, e você não o sente muito pesado. Mas se ficar bastante tempo com ele, vai aumentando o peso cada vez mais, e depois de um logo tempo parece que está pesando quilos. Livrar-se de ficar segurando um copo que cada vez mais aumentará seu peso e nosso sofrimento é a leveza. Só se entra na leveza pedindo perdão, deixando coisas que nos corroem e são de fácil solução para trás. Não compensa ficar carregando uma carga que só vai aumentar o peso. Parece simples, mas não é, temos que nos esforçar para atingir esse objetivo, criar um pacto pela leveza. Sempre defendi o “diálogo que conecta”, e ele é cada vez mais necessário em nossas vidas, é essencial para atingirmos a leveza. A recompensa quando deixamos para trás nossas preocupações e aflições com coisas leves e passageiras é uma grande serenidade para nos concentrarmos em problemas que realmente exigem nossa dedicação e esforço, além de um melhor relacionamento com quem estamos dialogando. Convido a todos a experimentar a leveza em suas vidas pessoais, nos relacionamentos, no trabalho e, especialmente, no Brasil. Precisamos realizar cada vez mais o diálogo que conecta e praticar a leveza em nossas relações buscando um país melhor, que todos queremos, resolvendo o peso de coisas pequenas, mas que podem ficar muito pesadas sem um diálogo franco e aberto.”
Para os mais afoitos e ansiosos, o pensamento ao ler estas palavras deve ter sido de reatividade. Afinal, como manter a leveza em ambientes competitivos? Em cenários adversos? Com pessoas difíceis? Frente às demandas que só se sobre acumulam? Com o peso de ser multitarefa? A resposta é simples: mantendo. Mantendo se não queremos adoecer e perder grandes anos de nossas vidas em filas médicas, em exames sem conta, em diagnósticos diversos haja vista que uma grande maioria de seres humanos – quase desumanizados por relações abusivas e demandas inexequíveis em seus diversos ambientes de trabalho – são estatísticas da OIT por afastamentos diversos. Vejamos. Uma querida aluna minha de MBA me pediu uma orientação. Ela trabalha em conceituado hospital de São Paulo na área de recursos humanos e foi convidada por um conhecido banco nacional a integrar seus quadros com o desafio de diminuir os afastamentos de trabalho por motivos psiquiátricos. E os números são assustadores. Reflitamos juntos: o que conduz estes colaboradores a este estado de coisas em sua vida profissional que, certamente, abala o profissional? As mesmas perguntas feitas no início deste parágrafo. Vale parafraseá-las: líderes inseguros e déspotas, um trabalho pouco significativo, metas abusivas e infundadas, competitividade acirrada, medo de perder o emprego para a mecanização ou para o profissional tão qualificado do mercado que, para sair da lista de desemprego, aceita uma recolocação com salário bem inferior ao que tinha. E eis que a leveza sai pela janela, se é que entrou nos dicionários destes renomados locais de trabalho. Ainda há questionamento dos céticos que já escuto dizendo: “Mas o mercado capitalista é assim” Pode ser, mas vai ter que se reinventar porque já uma nova força de trabalho chegando que vem dizendo não às cargas excessivas de trabalho, aos abusos e aos desmandos. E o que se escuta? Falta compromisso. Ou o que falta mesmo é mais humanidade, humildade e respeito – livres traduções de leveza – onde se ganha o pão? Há que se pensar, pois nenhum CNPJ vale um CPF, e muitos CPF´s têm descoberto esta verdade exatamente pela falta de leveza.
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